[Evento] Novos Amanhaceres Surgem

Chuva. Esse fenômeno meteorológico que causa algo dentro de todos, nós fazendo crescer. Seja Planta, Pokémon, Humano ou até mesmo aqueles que já tiveram suas almas levadas para outro mundo. A Chuva. Cada gota de água consegue refletir a nossa verdadeira face, uma face que usamos ao falar com os outros, um momento inesquecível, um momento indesejável. Quando a chuva chega, ela reflete tudo que está dentro de nós, as vezes para resolvermos algo em conflito que enterramos no passado, algo do qual não queremos lembrar. Mas algo que faz parte de nós, deixando com que evoluamos para seguir em frente, dando frutos. Alguns dizem que quando a chuva cai, é por que ele está chorando.

Ao menos essa é minha experiencia com a chuva, somos muitos, diferentes, parecidos, iguais e ao mesmo tempo, distantes. Isso foi somente uma pequena introdução para  
o que acho sobre a chuva, dando um contexto para o meu conto do qual talvez não seja tão bom quanto o que digitei acima, mas novamente: isso não me impede de tentar.


Estava chovendo nesse dia pelo que me lembre, meu pai estava pesquisando um pokemon tipo planta raro que acabava de descobrir ao passar por Viridian Forest, por mais curioso que estava, tenta não me importava muito com aquilo, ate por que, ele não me deixaria ver a pesquisa já que sou muito jovem.

Costumo não pensar muito sobre quem era, por que se foi ou ate mesmo, por que ninguém me conta nada? Mas a chuva, me fez refletir sobre isso, será que ela era interessante? Parecida comigo? Parecida com o papai? Não sei dizer, por que ninguém me conta nada. Sem muito o que fazer em um dia de chuva, fui para meu quarto e comecei a brincar com as pelúcias de pokemon que meu pai me deu, para não correr riscos com pokemons de verdade, entendo sobre isso. Deve ser caro alimentar muito pokemons sozinho como aspirante a Professor sem uma renda considerável.

Tinha somente uma pelúcia da qual ele me deu, mas disse para não brincar, um Swinub de cor diferente, ate hoje não sei o motivo disso, mas também não me animo a perguntar. Entretanto, a chuva me fez refletir, fiquei ali por 10 minutos olhando para Swinub, tentando entender o motivo enquanto penso nas possibilidades daquilo ser dela. Por fim, decidindo "confrontar" meu pai sobre o assunto.

"-Pai." - Falei com um pouco de determinação, mas ao mesmo tempo medo. "-Quem era a minha mãe?" - Complementei, esperando alguma resposta, meu pai se virou, olhando para min, mas a unica coisa que vi foi o mesmo que vejo ao me olhar no espelho, olhos vazios. "-Sinceramente... Filho.. Não sei dizer mais" - Vi um sorriso em seu rosto, entretanto, uma tristeza em sua alma, a chuva começou a ficar mais forte conforme algo crescia dentro de min.

"-Ela era tudo, sem ela, perdi meu apoio-" - Cortei a fala de meu pai, exclamando enquanto fecho os olhos: "-Eu ainda estou aqui! Não sou ninguém ainda, mas eu estou aqui! Não deixarei seus olhos serem como os meus, não quero ver o meu reflexo quando olhar para o senhor! Quero ver o seu reflexo, quero ver o brilho da sua vida, a essência da sua vida!"


Algo grande acordou dentro de min aquele dia, nunca disse isso para ninguém, pois isso parecia ser o normal em minha perspectiva, mas tudo era simplesmente cinza, nada possuía cor, mas após falar o que sentia dentro de min, dentro da minha alma, ao abrir meus olhos... Eu finalmente enxerguei tudo. Inclusive a cor dos olhos de quem estava a minha frente.

Não sei dizer se o brilho que vi nos olhos do meu pai daquele dia em diante foi causada por minhas palavras ou se o cinza finalmente ganhar cor foi o que me possibilitou vê-los. O que sei, é que tudo começou com a chuva.


Axel Leave, 10 anos. Viridian City, Kanto - Chuvoso